Madeira é um material nobre e deve ser usado com consciência
Se você é fã desse material nobre, conheça os cuidados para escolher opções sustentáveis para a estrutura, o piso e os móveis
Quanto vale uma árvore que foi retirada da floresta de maneira sustentável, ou seja, de modo a garantir a manutenção da biodiversidade da área ao longo de muitos anos? Essa talvez seja a principal questão quando o assunto é o uso consciente da madeira. O Greenpeace Brasil estima que 80% das toras produzidas anualmente na Amazônia tenham origem ilegal.
“Muitas vezes, elas são obtidas de forma predatória, sem pagamento de impostos ou cuidados socioambientais”, afirma Daniele Rua, coordenadora de Cadeia de Custódia FSC (Conselho de Manejo Florestal), da certificadora Imaflora. “São fatos que permitem um preço final mais baixo”, explica. Em outras palavras, a madeira ilegal é falsamente barata.
Mas isso não quer dizer que a versão sustentável tenha que custar muito mais. Segundo o Imaflora, algumas empresas vendem produtos de origem comprovada com sobrepreço, pois têm clientes que condicionam a compra à certificação e aceitam pagar mais por isso. Para o arquiteto Gustavo Calazans, de São Paulo, falta um equilíbrio. “Uma demanda maior ajudaria a baixar o preço”, diz.
ORIGEM LEGAL
Até 2008, de acordo com o Greenpeace Brasil, mais de 720 mil kms da Amazônia foram devastados, o equivalente a quase três vezes o tamanho do estado de São Paulo. A solução, no entanto, não está em banir a madeira da obra. É preciso selecionar os fornecedores e comprar de forma consciente. O novo sistema Cadmadeira (Cadastro de Comerciantes de Madeira no Estado de São Paulo), criado pela Secretaria de Meio Ambiente do estado e disponível no site, lista as empresas paulistas identificadas pelo Certificado Madeira Legal.
O atestado, de caráter voluntário, já foi atribuído a 15 estabelecimentos e comprova a sua responsabilidade ambiental. Outra opção é exigir o Documento de Origem Florestal (DOF), emitido pelo Ibama, que garante a legalidade da cadeia produtiva das espécies nativas. “Diferentemente da antiga ATPF [Autorização de Transporte de Produtos Florestais], ele é eletrônico e marca as medidas das peças”, explica o engenheiro Helio Olga, da construtora paulista ITA.
SELOS VERDES
Para a construção de estruturas, desde os anos 60, as árvores nativas dividem espaço com as plantadas, que já ocupam 6,1 milhões de hectares no país. “As de reflorestamento, como pínus e eucalipto, podem ser cortadas com idade entre 10 e 15 anos, enquanto as nativas precisam de mais de 30 anos”, compara Carlos Alberto Funcia, presidente da Sociedade Brasileira de Silvicultura. Mas é preciso considerar que essas espécies não dispõem de alta resistência natural e pedem mais cuidados na manutenção.
“Muitas vezes, elas são obtidas de forma predatória, sem pagamento de impostos ou cuidados socioambientais”, afirma Daniele Rua, coordenadora de Cadeia de Custódia FSC (Conselho de Manejo Florestal), da certificadora Imaflora. “São fatos que permitem um preço final mais baixo”, explica. Em outras palavras, a madeira ilegal é falsamente barata.
Mas isso não quer dizer que a versão sustentável tenha que custar muito mais. Segundo o Imaflora, algumas empresas vendem produtos de origem comprovada com sobrepreço, pois têm clientes que condicionam a compra à certificação e aceitam pagar mais por isso. Para o arquiteto Gustavo Calazans, de São Paulo, falta um equilíbrio. “Uma demanda maior ajudaria a baixar o preço”, diz.
ORIGEM LEGAL
Até 2008, de acordo com o Greenpeace Brasil, mais de 720 mil kms da Amazônia foram devastados, o equivalente a quase três vezes o tamanho do estado de São Paulo. A solução, no entanto, não está em banir a madeira da obra. É preciso selecionar os fornecedores e comprar de forma consciente. O novo sistema Cadmadeira (Cadastro de Comerciantes de Madeira no Estado de São Paulo), criado pela Secretaria de Meio Ambiente do estado e disponível no site, lista as empresas paulistas identificadas pelo Certificado Madeira Legal.
O atestado, de caráter voluntário, já foi atribuído a 15 estabelecimentos e comprova a sua responsabilidade ambiental. Outra opção é exigir o Documento de Origem Florestal (DOF), emitido pelo Ibama, que garante a legalidade da cadeia produtiva das espécies nativas. “Diferentemente da antiga ATPF [Autorização de Transporte de Produtos Florestais], ele é eletrônico e marca as medidas das peças”, explica o engenheiro Helio Olga, da construtora paulista ITA.
SELOS VERDES
Para a construção de estruturas, desde os anos 60, as árvores nativas dividem espaço com as plantadas, que já ocupam 6,1 milhões de hectares no país. “As de reflorestamento, como pínus e eucalipto, podem ser cortadas com idade entre 10 e 15 anos, enquanto as nativas precisam de mais de 30 anos”, compara Carlos Alberto Funcia, presidente da Sociedade Brasileira de Silvicultura. Mas é preciso considerar que essas espécies não dispõem de alta resistência natural e pedem mais cuidados na manutenção.
Hoje, cerca de 60% dos quase 5,5 milhões de hectares de florestas certificadas no Brasil pelo FSC correspondem a áreas plantadas. Os outros 40% são florestas naturais, sobretudo da Amazônia. Para muitos especialistas, carimbos verdes seriam a única forma de garantir a sustentabilidade. Além dele, o Brasil conta com o Cerflor (Programa de Certificação Florestal), do Inmetro. Eles provam que houve controle na extração, com baixo impacto ambiental e preocupação social. “Mesmo que a madeira tenha entrado legalmente em São Paulo, não significa que ela também tenha sido produzida assim”, observa Maurício Voivodic, coordenador de certificação de florestas naturais do Imaflora.

ESPÉCIES DE REFLORESTAMENTO
Para aumentar a durabilidade e a resistência da madeira ao ataque de fungos e cupins, algumas empresas comercializam toras brutas e cortadas já tratadas em autoclave, equipamento que faz a proteção química. É o caso dos fornecedores selecionados abaixo:
1 - Da Preservam, o eucalipto-grandis sai por R$ 1 575 o m³ (aparelhado).
2 - O pínus-elioti custa R$ 1 396 o m³ (aparelhado), na Preservam.
3 - Eucalipto-citriodora, por R$ 128 o metro linear (22 cm de diâmetro e 2,50 m de comprimento), na Aroeira.
4 - Na Icotema, o eucalipto-citriodora custa R$ 35 o metro linear, com diâmetro de 15 a 20 cm.
PISOS EM QUESTÃO
Se você se interessa pelos assoalhos de Madeira maciça em tábuas ou tacos, mantenha o princípio de conhecer sua origem. A melhor opção são os certificados, como prefere o arquiteto Beto Faria, de São Paulo. “Mas muitos clientes desistem em função do preço”, relata. Uma alternativa são as peças de demolição, desde que venham de um fornecedor de confiança.
Segundo o arquiteto, madeiras antigas viraram moda, encareceram e as lojas não comprovam sua procedência. “Em alguns casos, pode ser pior do que derrubar árvores”, alerta Beto, lamentando casos de depredação de patrimônios históricos. Reaproveitar pisos existentes também alivia a sua pegada ecológica. Essa é a aposta do arquiteto Gustavo Calazans.
“Com a ajuda de um bom marceneiro, já consegui recuperar um piso inteiro de sucupira”, conta. Em outra obra, ele retirou e beneficiou um assoalho de ipê que a moradora não queria mais e o transformou em sarrafos para os brises da casa. Por último, há ainda os laminados de alta resistência. “Produtos industrializados estão sob um controle maior e as grandes empresas já utilizam matéria-prima certificada”, avalia Geraldo Zenid, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT).

No padrão carvalho córdoba, o laminado Eucafloor Rustic de HPP (eucalipto de alta densidade) traz o selo verde FSC. Vem em réguas de 1,35 x 0,30 m e 8 mm de espessura e tem 16 anos de garantia. O metro quadrado instalado com manta de polietileno e rodapé de 5 cm de altura custa R$ 81,90. Da Eucatex.
MÓVEIS CERTIFICADOS
Segundo o Imaflora, 90% de toda a madeira certificada produzida no Brasil segue para exportação. Isso explica a dificuldade dos fabricantes de móveis nacionais em manter linhas ecológicas. Como alternativa, o designer Fernando Jaeger firmou uma parceria com a Cooperfloresta, cooperativa de produtoresautorizados pelo FSC no Acre. “Mas a negociação é lenta e um pedido leva meses”, diz. Espécies de reflorestamento entram como segunda opção, bem como a busca por novos fornecedores para suprir a demanda.
Segundo o Imaflora, 90% de toda a madeira certificada produzida no Brasil segue para exportação. Isso explica a dificuldade dos fabricantes de móveis nacionais em manter linhas ecológicas. Como alternativa, o designer Fernando Jaeger firmou uma parceria com a Cooperfloresta, cooperativa de produtoresautorizados pelo FSC no Acre. “Mas a negociação é lenta e um pedido leva meses”, diz. Espécies de reflorestamento entram como segunda opção, bem como a busca por novos fornecedores para suprir a demanda.
O designer Paulo Alves adota uma estratégia semelhante. “Como complemento, uso o MDF certificado e o compensado de paricá de reflorestamento”, afirma. Para ele, é importante tirar o máximo proveito da matéria-prima e criar peças duradouras. “Precisamos insistir na consciência do consumidor e exigir do governo mais interesse e incentivos para madeireiras com projetos de certificação”, reflete Etel Carmona, designer que, em 2000, teve a primeira movelaria com selo do Brasil, a Etel Interiores.
Veja galeria de fotos* dos móveis certificados
O MUNDO DOS PAINÉIS
Painéis de madeira ou de partículas, laminados e chapas de fibra são cada vez mais usados na composição de móveis e na construção. “Essa indústria evoluiu muito nos últimos anos”, diz Geraldo Zenid, do IPT. Segundo ele, as mudanças trazem boas notícias: as árvores de reflorestamento, especialmente pínus e eucalipto, são as mais empregadas pelos fabricantes. Melhor ainda: as grandes empresas já contam com o selo FSC. Além disso, as novas tecnologias permitem bom aproveitamento da madeira, reconstituída para se transformar em diferentes produtos.
Veja galeria de fotos* dos móveis certificados
O MUNDO DOS PAINÉIS
Painéis de madeira ou de partículas, laminados e chapas de fibra são cada vez mais usados na composição de móveis e na construção. “Essa indústria evoluiu muito nos últimos anos”, diz Geraldo Zenid, do IPT. Segundo ele, as mudanças trazem boas notícias: as árvores de reflorestamento, especialmente pínus e eucalipto, são as mais empregadas pelos fabricantes. Melhor ainda: as grandes empresas já contam com o selo FSC. Além disso, as novas tecnologias permitem bom aproveitamento da madeira, reconstituída para se transformar em diferentes produtos.
“Hoje temos placas com maior homogeneidade e estabilidade, características que asseguram acabamento superior aos processos de pintura, impressão e revestimentos”, explica Rosane Donati, da Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira (Abipa).
Conheça os principais tipos:
- Madeira laminada: Obtida de laminas da tora bruta, é usada em compensados e divisórias. Compensados. Painéis de lâminas, sarrafos ou multissarrafos de Madeira colados. Indicados para móveis e na construção civil.
- Chapas de fibra: Podem ser a chapa dura (hardboard), formada por fibras de eucalipto prensadas, ou a placa de MDF (medium density fiberboard). Essa última aparece nas versões natural, revestida de laminado melamínico de baixa pressão (BP) e revestida de película finish foil (FF), ambos com superfícies lisas ou texturizadas.
- Chapas de partículas - em três tipos:
* Aglomerados de partículas de madeira aglutinadas.
* MDP, ou chapas de partículas de média densidade, ligadas por resinas de última geração. Oferece melhor acabamento e resistência à pressão.
* OSB (oriented strand board), com três a cinco camadas de partículas ou feixes de fibras com resinas. Custa menos e possui resistência mecânica para fins estruturais.
*Danilo Costa, Deborah Apsan, Edson G. Medeiros, Giuliana Capello, Joana L. Baracuhy e Juliana Tourrucôo
fonte:http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/casa/madeira-construcao-selo-fsc-496514.shtml?func=2